
Divórcio: pare de prolongar o sofrimento
Quem deixou de amar também perdeu um amor e passa um longo tempo muitas vezes se culpando, antevendo a dor de seu parceiro, desejando evitar que ele se magoe. E muitas vezes, na tentativa de negar que os sentimentos apenas se esvaíram, na crença de que é preciso haver um motivo mais contundente para a separação, que não basta que o amor e o desejo tenham se esgotado, cometem-se equívocos.
Se você se encontra nessa situação, preste atenção para não tornar a separação desnecessariamente mais dolorida do que naturalmente é, evitando as seguintes situações:
- Provocar discussões estéreis
- Buscar um relacionamento fora como forma de se punir pela culpa por ter deixado de amar seu parceiro
- Buscar uma proximidade forçada para “disfarçar” seus reais sentimentos e intenções
- Desprezar seu parceiro ou tratá-lo com indiferença, imaginando que assim fará com que ele também deixe de lhe amar, facilitando sua decisão
Essas atitudes apenas vão prolongar e acentuar a inevitável dor da tomada de decisão.
Ninguém acorda pela manhã com a descoberta de que deseja se separar. Isso é um processo, vamos nos percebendo aos poucos. Quem passa por essa experiência se submete a um recolhimento reflexivo aflitivo porque muitas vezes não consegue aceitar facilmente a realidade de seus sentimentos. E até que perceba a impossibilidade da continuidade da convivência, vai-se vivendo o luto da perda de um amor, dos planos, dos projetos em comum.
É um engano acreditar que quem deseja se separar “está numa boa”. A diferença entre quem sai e quem fica é que quem sai vive o luto antes da efetivação da separação. E acrescente-se aí toda a coragem necessária para comunicar ao parceiro e administrar com equilíbrio os desdobramentos dessa decisão.
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PEQUENOS LUTOS
Quando um dos dois lados chega a comunicar essa decisão, isso já foi longamente maturado – e sofrido. A sensação de alívio experimentada por quem sai e a aparente simplicidade com que pode lidar com a questão são muitas vezes vistas como insensibilidade, e isso é outro engano.
Cada qual à sua forma e nos seus tempos, vive a dor da perda, e passado o primeiro impacto é sempre bom ter consigo que nas relações de afeto não existe certificado de garantia e muito menos prazo de validade.
Começo, meio e fim. Mesmo as relações que duram “até que a morte nos separe” sofrem pequenos lutos no meio do caminho.
Fonte: https://www.personare.com.br/a-dor-de-quem-decide-pela-separacao-2-m622